Carta marítima - Murilo Mendes
Poema de Murilo Mendes
A gaivota-correio chega pontualmente:
"Corre tudo em ordem no meu corpo
Os peixes passam o pente fino nas ondas
Espera-se uma forte tempestade
O monumento de areia foi inaugurado
Com grande afluência de siris e conchas
Os meninos soltaram um barco-papagaio
O farol rodou uma nova cor
Achei uma fotografia linda
Do veleiro em que papai viajava."
Fonte: "Poesia completa e prosa", Nova Aguilar, 1994.
Originalmente publicado em: "Mundo enigma (Os quatro elementos)", Editora Globo, 1945.