Viagem
Poema de Olga Savary
Fluido navio
em que me navego
mistério sela
breves espumas
- máquinas cegas.
Vim com ia:
sozinha, íntegra,
ando meu passo
de aço.
Minha sede: muita.
Meus pés pisam tudo
em luta.
Dou mais dois passos
(um é recuo)
no dia.
Meu rumo é o silêncio
- selo da magia
perigo.
E sigo a esteira
de uma paisagem de vidro:
navego-me inteira
sem barco ou veleiro
de mim mesma espelho.
Fonte: "Repertório selvagem - obra reunida", Biblioteca Nacional/ Multi Mais/ Universidade de Mogi das Cruzes, 1998.
Originalmente publicado em: "Espelho Provisório", José Olympio, 1970.
Fonte: "Repertório selvagem - obra reunida", Biblioteca Nacional/ Multi Mais/ Universidade de Mogi das Cruzes, 1998.
Originalmente publicado em: "Espelho Provisório", José Olympio, 1970.