Teodoro, meu avô

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Poema de Adão Ventura



suas calejadas mãos
vaquejando nuvens perdidas
                     na memória.

suas calejadas mãos
pastoreando madrugadas
em lombos de cavalos misteriosos.

suas calejadas mãos
apascentando
tênues luzes de luares
em remotas fogueiras
                     de São João
                     & cachaças.

suas calejadas mãos
analfabéticas
marcadas
suadas
picadas
indefinidamente
até o último escorpião.




Fonte: "A cor da pele", Edição do autor, 1980.
Originalmente publicado em: "A cor da pele", Edição do autor, 1980.