Natal II
Poema de Adão Ventura
um natal lerdo
num lençol de embira
mesmo que uma fonte
de estimada ira.
um menino lama
num anzol que fira
algum porte e corpo
e alma de safira.
um menino cápsula
de tesoura e crime
- ritual de crisma
sem fé ou parafina.
um menino-corpo
de machado e chão
a arrastar cueiros
de chistes e trovão.
Fonte: "Jequitinhonha: poemas do Vale", Imprensa Oficial do Estado de Minas Gerais, 1980.
Originalmente publicado em: "Jequitinhonha: poemas do Vale", Imprensa Oficial do Estado de Minas Gerais, 1980.