Quadras populares 901 a 920


Poema anônimo



901

Se duvida que te amo
Duvidar é não ter fé:
Meu amor é todo teu
Como Deus da Virgem é.

902

Santo Antônio pequenino
Mansador de burro bravo,
Vem mansar a minha sogra
Que é levada do diabo.

903

Significa a flor de couve
O que eu não posso dizer:
Significa afastamento
Que entre nós dois há de haver.

904

Se eu soubesse quem tu eras,
Quem tu havias de ser,
Não dava o meu coração
Para agora padecer.

905

Senhora dona da casa
Mande-nos dar que beber.
Que já estou com a goela seca
de cantar pra você ver.

906

Se o jasmim tem quatro folhas,
Se tem cinco não tem mais;
Já te quis, inda te quero,
Cada vez te quero mais.

908

Se você de mim não lembra,
Diga, ingrata, não me negue,
Pois eu também quero agora
Seguir o que você segue.

909

Sua camisa tem botão,
A minha por que não tem?
Quem tem seu amor tem tudo,
Quem não tem não é ninguém.

910

Se a saudade me apertar
Eu bem sei que hei de fazer:
Hei de me pôr a caminho
Suceda o que suceder.

911

Saudades e mais saudades,
Saudades que não têm fim;
De que serve eu ter saudades
De quem não lembra de mim?

912

Se eu não tivesse jurado
De meu coração ser vosso,
Eu daria a outra pessoa,
Mas, como jurei, não posso.

913

Se eu entrasse no teu peito
Saberia o interior;
Mas como eu lá não penetro
Não sei se me tens amor.

914

Se eu soubesse quem tu eras,
Eu não te amaria,não.
Agora não tem remédio:
Paciência, coração.

915

Sete folhas de alecrim
Todas sete com seu S;
De todos você se lembra,
Só de mim você se esquece.

916

Se houvesse papel de ouro
Comprava papel de prata;
Com o sangue de minhas veias
Tiraria o teu retrato.

917

Se a lua é que vence tudo,
Ó meu Deus, estou vencido;
Se me amas com firmeza,
Tira os outros do sentido.

918

Se eu soubesse quem tu eras,
Meu papel não gastaria;
Escreveria o teu nome
Na folha da maravilha.

919

Senhora dona da festa
Essa vai em seu louvor:
Na sola de seu sapato
Corre água, nasce flor.

920.

Se eu soubesse de cantar
E meu bem aparecer
Desde agora eu cantaria
Até o dia amanhecer.



Fonte: "Mil quadras populares brasileiras", Briguiet e Cia. Editores, 1916.
Originalmente publicado em: "Mil quadras populares brasileiras", Briguiet e Cia. Editores, 1916.


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