Estampas de Vila Rica - Museu da Inconfidência
Poema de Carlos Drummond de Andrade
São palavras no chão
e memória nos autos.
As casas inda restam,
os amores, mais não.
E restam poucas roupas,
sobrepeliz de pároco,
a vara de um juiz,
anjos, púrpuras, ecos.
Macia flor de olvido,
sem aroma governas
o tempo ingovernável.
Muros pranteiam. Só.
Toda história é remorso.
Fonte: "Poesia completa", Editora Nova Aguilar, 2006.
Originalmente publicado em: "Claro enigma", 1951.