Espinhos - Leonor Posada

Leonor Posada, poeta do parnasianismo brasileiro.

Poema de Leonor Posada



O mas... da vida não tarda,
e é fúnebre o seu cortejo:
a aguda ponta da carda
fantasia-se num beijo!

Já se foi o tempo doce
do sonho ao som das guitarras:
a flor em pranto evolou-se
e as plumas brotaram garras...

Como um suave refrigério,
de tantas mágoas contê-las,
eu fiz o meu cemitério
na concha azul das estrelas.




Fonte: "Plumas e espinhos", Casa Valente, 1926.
Originalmente publicado em: "Plumas e espinhos", Casa Valente, 1926.