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Poema de Hilda Hilst



Colada à tua boca a minha desordem.
O meu vasto querer.
O incompossível se fazendo ordem.
Colada à tua boca, mas descomedida
Árdua
Construtor de ilusões examino-te sôfrega
Como se fosses morrer colado à minha boca.
Como se fosse nascer
E tu fosses o dia magnânimo
Eu te sorvo extremada à luz do amanhecer.



Fonte: "Da Poesia", Editora Companhia das Letras, 2017.
Originalmente publicado em: "Do desejo", Editora Pontes, 1992.

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