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Poema de Hilda Hilst



O Tempo e sua fome.
Volúpia e Esquecimento
Sobre os arcos da vida.
Rigor sobre o nosso momento.

O Tempo e sua mandíbula.
Musgo e furor
Sobre os nossos altares.
Um dia, geometrias de luz.
Mais dia nada somos.

Tempo e humildade.
Nossos nomes. Carne.
Devora-me, meu ódio-amor,
Sob o clarão cruel das despedidas.



Fonte: "Da Poesia", Editora Companhia das Letras, 2017.
Originalmente publicado em: "Cantares de Perda e Predileção", Massao Ohno Editor, 1983.

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