Uns olhos - Adélia Fonseca

Adélia Fonseca, poeta da transição do Romantismo

Poema de Adélia Fonseca



Num semblante peregrino
Dois olhos castanhos vi,
Tão ternos, tão matadores
Outros jamais conheci.

Do sol ardente não tinham
O deslumbrante fulgor:
Mas como a serena lua
Meigos falavam de amor.

Brilhavam com a luz suave
Que alumia o coração;
Do divino olhar dos anjos
Tinham o doce condão.

Olhos que assim possuíam
Tão poderosa magia,
Quem, depois de os avistar,
Por eles não morreria?!...




Fonte: "Ecos da Minh'alma", Tipografia Camillo de Lellis Masson, 1866.
Originalmente publicado em: "Ecos da Minh'alma", Tipografia Camillo de Lellis Masson, 1866.