78. Os anfíbios


Poema de crroma



Pele fina, permeável,
de sensores rica,
tem anfíbios como sapos,
como rãs e pererecas.

Finas peles que respiram,
que secretam substâncias.
Parecem elásticas pétalas
leves, protetoras.

Mas sobe a temperatura,
a seca se vulgariza.
Com vigores
a aridez persevera.

Bufa o sapo em terra firme:
- Me desseca o clima! Ima!

À procura de lagoa
a rã coaxa:
- Mal o ar me desidrata! Ata!

De dentro duma bromélia,
de olhos esbugalhados,
avisa a perereca:
- Daqui não saio! Aio!

Em restos de Mata Atlântica,
pelo molestado centro
de amazônica floresta,
acentuam-se os perigos.

Sob o influxo do estio,
frente à degradação
de seus naturais sítios,
são coagidos à extinção.

E antes que desapareçam,
em breves relampejos
de inócua exasperação,
os anfígios gritam:

- Vou! Não Vou!

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