66. Aedes


Poema de crroma



Mosquito estrangeiro,
veio do Egito
em navios da escravidão.

Seu corpo preto
rajado de branco
é um paletó engraçado.

As fêmeas pousam
na pele e sugam
o sangue com boca de agulha.

Intumescem seus abdomens -
parecem minúsculas,
aladas gestantes.

Bem tomou cômodo o mosquito
no tropical espaço urbano,
próspero de adensamentos.

Vetor de tantos vírus,
de enfermidades transmissivo.
O calor lhe acelera o ciclo.

Um grau a mais e vão
a cidade populando
de adoecimentos.

O mundo em quente distúrbio
dispõe melhor repasto
ao aedes mosquito

nutrido de nós