41. Baratas de Lisboa
Poema de crroma
Fim de agosto, as baratas continuam.
Aparecem em residências.
Suas compridas antenas como
milhares de narizes à procura.
Nas fendas sem luzes,
pelos armários, encontram
Nas fendas sem luzes,
pelos armários, encontram
os maiores atrativos.
Suntuosas, em Lisboa,
as baratas voadoras.
Frequentam os logradouros
durante os verões alongados.
Encurtou-se o ciclo de vida.
Rápidas se multiplicam:
a população de baratas não para de crescer.
Disparamos inseticida.
Mas as baratas se escudam
e, pacíficas, resistem.
Por que tanta intolerância?
Por que tanta intolerância?
Pois construímos cidades
tanto para pessoas
quanto para baratas.