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Poema de Hilda Hilst



Por que não me esqueces
Velhíssima-Pequenina?
Nas escadas, nas quinas
Trancada nos lacres
No ocre das urnas
Por que não me esqueces
Menina-Morte?

Sempre à minha procura.
Tua rede de avencas
Teu crivo, coágulo
Tuas tranças negras

Por que não viajas
No líquido cobre
Da tua espessura?

E por que soberba
Se te procuro
Te fechas?



Fonte: "Da Poesia", Editora Companhia das Letras, 2017.
Originalmente publicado em: "Da morte. Odes mínimas," Massao Ohno e Roswitha Kempf
Editores, 1980.

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