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Poema de Hilda Hilst
Areia, vou sorvendo
A água do teu rio.
E sendo rio
Tu podes me tomar
Minúscula, extensa
Ampulheta guardada
Esteira, desafio.
Areia, encharcada
Recebo tuas palavras d’água
Sumidouro, aguaça
Em água-mel te prendo.
Areia, vou te tomando vasta
Ou milimétrica, lenta.
Um rio de areia e caça
Luminescente, tua,
Uma presa de água.
Fonte: "Da Poesia", Editora Companhia das Letras, 2017.
Originalmente publicado em: "Cantares de Perda e Predileção", Massao Ohno Editor, 1983.
Fonte: "Da Poesia", Editora Companhia das Letras, 2017.
Originalmente publicado em: "Cantares de Perda e Predileção", Massao Ohno Editor, 1983.