17. Barragem
Poema de crroma
Calma se encontra num lugar sem barragens.
Num lugar ausente
do incerto romper-se
de lamas.
Rejeitos de minério ameaçam
em sirenes e em silêncios;
tem poder de morte
que cinde o laço entre
pessoas e residências.
O lucro do minério hasteado
em barragens de alto risco
a prometer tudo e prometer nada.
Pobres dessas montanhas
- velhas de milhares de anos -,
súbito desabrigadas de si mesmas.
Minera-se.
E nas sombras de força, de medo,
o querer humano definha em
ir-se embora.
(a partir da notícia 'Vítimas retiradas de casas por risco de barragem em MG são processadas por Vale e MP', da Agência Pública)