O malhador
Poema de Pixinguinha, Donga e Mauro de Almeida
Maiadô, que maia dança
Quem dança maia também
Ô Maiadô, sem faia
Samba, quem samba maia por bem
Minha frô, caboca
Sacode o vestido bem
Ó trepa Antonho
Siri tá no pau
Samba demonho
Siri tá no pau
Samba no sonho
Siri tá no pau
Não me envergonho
Siri tá no pau
"Me explique, meu nego, você já viu peixe morrê afogado?"
"Não, meu bem, já vi o aeroplano morrê de fome."
Maiadô
Samba seja com quem for
Samba bem com teu amô
Não sossega de maiá
Maiadô
Por onde passa
No campo bambeia, diacho
Ô maiadô
Padrão de samba
Mas faça o passo mais fácil
Minha frô, mulata
Faz tempo que o nego vem
Sambô... gostô...
Siri tá no pau
Dança feitô...
Siri tá no pau
Mas não falhô
Sirí tá no pau
Ô maiadô
Siri tá no pau
"Explique, meu nego, o mundo da lua é habitado?"
"É, meu bem, este ano vêm assistir o carnaval."
Maiadô samba
E samba com fervô
Quem maia sabe sambá
Quem samba sabe gozá
Maiadô danado
Samba diante de mim, quero vê
Ó maiadô cansado
Tu ficará sem querê me benzê
Mulatinha diacho
Faz o teu passo bem baixo
Samba bonito
Sirí tá no pau
Senão eu grito
Sirí tá no pau
Passa no bico
Sirí tá no pau
Samba mardito
Sirí tá no pau
"Explique, meu nêgo, qual é o peixe que você mais gosta?"
"É de pirarucu, meu bem."
Maiadô
Dá um jeito que o barco vem
E não respeita ninguém
Se maia, maia também
Fonte: "Acervo Digital Pixinguinha", 2023.
Originalmente publicado em: disco Odeon 121.442, 1918.