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Poema de Hilda Hilst



Juntas. Tu e eu.
Duas adagas
Cortando o mesmo céu.
Dois cascos
Sofrendo as águas.

E as mesmas perguntas.

Juntas. Duas naves
Números
Dois rumos
À procura de um deus.

E as mesmas perguntas
No sempre pasmoso instante.

Ah, duas gargantas
Dois gritos
O mesmo urro
De vida, morte.

Dois cortes.
Duas façanhas.
E uma só pessoa.



Fonte: "Da Poesia", Editora Companhia das Letras, 2017.
Originalmente publicado em: "Da morte. Odes mínimas," Massao Ohno e Roswitha Kempf
Editores, 1980.

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