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Poema de Manoel de Barros
Catre-velho é um traste pessoal à toa.
Nossa mãe falava:
Não vale um cabelo.
Não serve nem pra remendo.
Só presta pra cantar e tocar violão.
Catre-velho ensinava: A voz de um cantador tem que chegar a traste para ter grandezas...
Ele tinha uma voz de harpas destroçadas.
Originalmente publicado em: "Livro sobre nada", 1996.