Vigília
Poema de Cecília Meireles
Como o companheiro é morto,
todos juntos morreremos
um pouco.
O valor de nossas lágrimas
sobre quem perdeu a vida,
não é nada.
Amá-lo, nesta tristeza,
é suspiro numa selva
imensa.
Por fidelidade reta
ao companheiro perdido,
que nos resta?
Deixar-nos morrer um pouco
por aquele que hoje vemos
todo morto.
Fonte: "Antologia Poética", Editora do Autor, terceira edição, 1966.
Originalmente publicado em: "Retrato Natural", 1949.