Um ovo

Imagem de crroma

Poema de crroma



Prendeu-se na arapuca uma fêmea de pardal.
Fascinadas as crianças
transferiram-na para a gaiola.

A fêmea de pardal se debatia em desespero
contra as barras até sangrar. 
Buscava ensandecida a liberdade do voo.

Abruptamente ela parou
e sobre o forro de jornal
botou um ovo malhado.

As crianças se encheram de pena.
Abriram a portinhola
e a fêmea de pardal sumiu no horizonte,

deixando para trás o ovo
que a gaiola vazia
fez inútil.

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