Poema 19 de 11/21

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Poema de crroma



Quando os cenários de futuro
projetados pela ciência se quebrarem
ficando expostas suas imperfeições,
do interior dos algorítimos
escorrerá o espectro arrogante das quimeras.

Adolescentes que entraram em greve escolar,
pintaram cartazes, caminharam
as ruas em protesto,
tornando-se adultos
saberão da infantilidade desses atos
em confronto com a irracionalidade do seu tempo.

Repetindo o antigo ciclo, 
uma lua cheia iluminará
o declínio melancólico de rebeldes
que um dia organizaram performances
de pacífica desobediência civil.

No encontro da natureza em transformação
com sociedades de autômatos,
persistirá o mesmo dessoante ruído,
misto de dominação e obscurantismo.
Marchamos para a frente feito bichos.

A vida se inclinará ainda mais submissa.
A não ser que, em vez de falácias,
a resistência se humanize,
despertando em todos
o estado de ser e agir político.



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