Estreito

Imagem de Adélia Prado

Poema de Adélia Prado



Agosto, agosto,
os torrões estão leves,
ao menor toque se desmancham em pó.
Estrela de agosto,
baça.
Céu que se adensa,
vento.
Papéis no redemoinho levantados,
esta sede excessiva
e ciscos.
Um homem cava um fosso no quintal,
uma ideia má estremece as paredes.



Fonte: "O coração disparado", Editora Record, 2012.
Originalmente publicado em: "O coração disparado", Editora Nova Fronteira, 1978.

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