Canção do suicida
Poema de Mario Quintana
De repente, não sei como
Me atirei no contracéu.
À tona d'água ficou
Ficou dançando o chapéu.
E entre cascos afundados,
Entre anêmonas azuis,
Minha boca foi beber
Na taça do Rei de Tule.
Só minh'alma aqui ficou
Debruçada na amurada,
Olhando os barcos... os barcos!...
Que vão fugindo do cais.
Fonte: "Quintana de Bolso", Editora L&PM Pocket, 2007.
Originalmente publicado em: "Canções", 1946.