121. Paineira


Poema de crroma



A paineira tem o tronco intumescido.
No centro, à meia altura,
tem diâmetro com grossura
onde seiva se armazena.

Se a dizem barriguda,
é antes uma virtude,
uma barriga benéfica
que à seca resiste,
no pouco fértil, esmera.

Das flores de longas pétalas
alimentam-se beija-flores morcegos
borboletas abelhas periquitos
ou trata-se a coqueluche.

Paineira de cuja casca e resina
cozinham-se emplastros para hérnia,
ínguas e queimaduras.

Quando rebentam
as cápsulas dos frutos,
sementes envoltas em paina
cobrem as copas
feito algodoeiros.




(Do G1: 'O segredo da 'barriga' da paineira: uma estratégia da natureza')