42. Pasto


Poema de crroma



É para pôr pasto
que se corta floresta.
É para estrear latifúndio
onde boi engorda.
Esquartejá-lo em bife
no frigorífico.

Veloz desaparece a floresta,
na duração de um mugido.
Um pouco vira soja,
um pouco pode virar
eucalipto.

Sem floresta, além de quente,
recua a extensão úmida.
Menos água
para boi beber e pessoa.

É para ter lucro
que se põe pasto.
Um lucro ligeiro,
antes do pasto
expirar seco.




(Do G1: 'Mais de 90% do desmatamento da Amazônia é para abertura de pastagem, diz MapBiomas')