30. Dia


Poema de crroma



O que outrora era o dia,
não mais se reconhece.
Está quente, está seco,
com fogo:
                 hostil.

Senão no dia é que se vive.
A possibilidade humana descende
de sua corriqueira certeza.

Indiferente, o dia acolhe os confortos
e as dores que propomos.
Encontra-se no dia a origem
de nossa noção do Tempo.

Nele, a xícara de café
esfuma quente.
Nele, sofre-se a fome.

A riqueza o dia adultera
em inflamáveis extremos.
Funde emergência e quotidiano.

Mas com as vestes
da divina excepcionalidade,
crê a riqueza no dia