Montanhas de Ouro Preto - Murilo Mendes
Poema de Murilo Mendes
Desdobram-se as montanhas de Ouro Preto
Na perfurada luz, em plano austero.
Montes contemplativos, circunscritos
Entre cinza e castanho, o olhar domado
Recolhe vosso espectro permanente.
Por igual pascentais a luz difusa
Que se reajusta ao corpo das igrejas,
E volve o pensamento à descoberta
De uma luta antiquíssima com o caos,
De uma reinvenção dos elementos
Pela força de um culto ora perdido,
Relíquias de dureza e de doutrina,
Rude apetite dessa coisa eterna
Retida na estrutura de Ouro Preto.
Fonte: "Poesia completa e prosa", Nova Aguilar, 1994.
Originalmente publicado em: "Contemplação de Ouro Preto", Ministério da Educação e Cultura, 1954.
Fonte: "Poesia completa e prosa", Nova Aguilar, 1994.
Originalmente publicado em: "Contemplação de Ouro Preto", Ministério da Educação e Cultura, 1954.
