O último poema
Poema de Manuel Bandeira
Assim eu quereria meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.
Fonte: "Libertinagem e Estrela da Manhã", Editora Nova Fronteira, 2000.
Originalmente publicado em: "Libertinagem", 1930.