Retardatário
Poema de Gilka Machado
Sonhei-te tantos anos! tantos anos!
eras o meu ideal de amor e de arte,
buscava-te a toda hora e em toda parte,
nessa ânsia inexplicável dos insanos.
Por fim, vencida pelos desenganos,
Por fim, vencida pelos desenganos,
como quem nada espera que lhe farte
a alma faminta, exausta de sonhar-te,
abandonei-me do destino aos danos!
Surges-me agora, em meio da jornada da vida;
Surges-me agora, em meio da jornada da vida;
vens do inferno ou vens da altura?
- não sei, mas de ti fujo, apavorada!
E, em lágrimas, minha alma conjetura:
uma felicidade retardada
quase sempre se toma desventura.
Fonte: "Velha poesia", Tipografia Baptista de Souza, 1965.
Originalmente publicado em: "Velha poesia", Tipografia Baptista de Souza, 1965.
E, em lágrimas, minha alma conjetura:
uma felicidade retardada
quase sempre se toma desventura.
Fonte: "Velha poesia", Tipografia Baptista de Souza, 1965.
Originalmente publicado em: "Velha poesia", Tipografia Baptista de Souza, 1965.