Para meu amor

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Poema de Gilka Machado



Apuizeiro,
apuizeiro,
onde meu ser termina
onde o teu principia,
grânulo de esperança,
átomo de floresta,
veneno verde
que me absorveste toda a energia?!

Apuizeiro,
apuizeiro,
meus sonhos falhos
como os realizas,
como viceja minha ideia em ti!
são muito minhas
tuas atitudes,
sou toda tu
e não me reconheço,
és todo eu e já morri!

Apuizeiro,
apuizeiro,
dei-te meu corpo,
dei-te minha alma,
fiquei um vácuo
de ti repleta,
a custo a fronte mantenho no ar.

Minha agonia
se indetermina,
contenho a morte,
retenho a morte,
domino a morte:
revivo, à angústia do pensamento
de em minha queda te aniquilar.




Fonte: "Sublimação", Editora Typo Baptista de Souza, 1938.
Originalmente publicado em: "Sublimação", Editora Typo Baptista de Souza, 1938.



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