197. De papel
Poema de crroma
Osmar saiu de Cachoeirinha em direção a Camaquã
com a carreta vazia.
O tempo virou pelo caminho.
Osmar nunca tombou uma carga nem bateu caminhão.
Na nova Ponte do Guaíba a carreta balançava.
Osmar segurou firme o volante, uma mão posta para o lado.
Sob a força das rajadas a carreta emborcou
num susto com escoriações.
Em décadas de direção,
jamais o vento soprara a carreta
como se fosse uma folhinha de papel.
(Do G1: ''Não machuquei nada, foi só um susto', diz motorista de caminhão que tombou com força do vento durante temporal em Porto Alegre')