Tarde antiga

Imagem de Mário Quintana

Poema de Mario Quintana



Era a mais suave, a mais azul das tardes…
tão calma que só pudera ter sido
naqueles tempos do bom Reyno Unido
de Portugal, Brasil & Algarve…
Te lembras dessas tardes, Dom João VI?
Pois foi por uma dessas nossas tardes.
Estava eu a meditar um texto
do meu querido Manuel Bernardes
eis senão quando... nada aconteceu:
apenas, eu... não era eu...
nem tu o Rei... as almas não têm nome...
e - no Todo onde tudo se consome -
a mesma pura chama consumia
minha miséria e tua hierarquia!



Fonte: "Poesia Completa", Editora Nova Aguilar, 2006.
Originalmente publicado em: "Apontamentos de história sobrenatural", 1976.


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