39. Floresta da Tijuca


Poema de crroma



A Floresta da Tijuca expelia neblina branca.
Do Morro do Sumaré, o fogo descia.
A mata estorvava aos bombeiros
combater as chamas.

O vento soprava esturro às narinas.
Nos apartamentos, os incômodos:
                                  olhos ardendo,
                               dores de cabeça,
       no varal, as roupas defumando.
Era vão se trancar no quarto
com o ar condicionado.

O incêndio varou a madrugada.
Queimou cedro, copaíba, pau-ferro
de uma floresta anterior
à invenção do Rio de Janeiro.