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Poema de Fernando Pessoa



É inda quente o fim do dia...
Meu coração tem tédio e nada...
Da vida sobe maresia...
Uma luz azulada e fria
Para nas pedras da calçada...
Uma luz azulada e vaga,
Um resto anônimo do dia...
Meu coração não se embriaga,
Vejo como quem vê e divaga...
É uma luz azulada e fria.



Fonte: 'Obra Poética', décima edição, Editora Nova Fronteira, 2001.
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