Onze e meia
Poema de Antonio Cicero
Quando a noite vem
um verão assim
abrem-se cortinas varandas
janelas prazeres jardins
Onze e meia alguém
concentrado em mim
no espelho castanho dos olhos
vê finalidades sem fim
Não lhe mostro todos os bichos que tenho de uma vez
Armo o circo com não mais do que uns cinco ou seis
leão camelo garoto acrobata
e não há luar
e os deuses gostam de se disfarçar
Fonte: "Guardar - poemas escolhidos", Record, 2006.
Originalmente publicado em: "Guardar", Record, 1996.