solidão
Poema de Oswald de Andrade
Chove chuva choverando
Que a cidade de meu bem
Está-se toda se lavando
Senhor
Que eu não fique nunca
Como esse velho inglês
Ai do lado
Que dorme numa cadeira
Que dorme numa cadeira
À espera de visitas que não vêm
Chove chuva choverando
Que o jardim de meu bem
Está-se todo se enfeitando
A chuva cai
Cai de bruços
A magnólia abre o para-chuva
Para-sol da cidade
De Mário de Andrade
A chuva cai
Escorre das goteiras do domingo
Escorre das goteiras do domingo
Chove chuva choverando
Que a casa de meu bem
Está-se toda se molhando
Anoitece sobre os jardins
Jardim da Luz
Jardim da Praça da República
Jardim da Praça da República
Jardins das platibandas
Noite
Noite de hotel
Chove chuva choverando
Fonte: "Oswald de Andrade - Poesia Reunida", Editora Civilização Brasileira, 1974.
Originalmente publicado em: "Pau-Brasil", Sains Peril, 1925.
Fonte: "Oswald de Andrade - Poesia Reunida", Editora Civilização Brasileira, 1974.
Originalmente publicado em: "Pau-Brasil", Sains Peril, 1925.