199. Samba
Poema de crroma
O trabalhador abandonou a residência na esquina da Rua São Jerônimo
para a escuridão do céu com vento forte.
Apreensivo, retornou para desconectar os eletrônicos das tomadas.
Estrepitoso ruído
entrou porta adentro.
A árvore despencou súbita sobre o telhado da garagem.
Rebentou a fiação elétrica num faiscar a calçada.
Galhos batucavam em queda.
O vento forte melodiava
junto ao piscar das luzes.
Era quase uma roda de samba
no meio do vendaval.
(Do Correio do Povo: '"Só deu tempo de correr": árvore cai em Canoas após estrondo durante temporal')