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Poema de Sarah de Tobias



Aos poucos morre a tarde no poente,
Canta na sombra o meu amor... Palpito...
E o sol, que inclina a fronte de doente,
Tem o aspecto cansado do proscrito.

Geme uma folha sob os pés, dolente;
Choram as rochas brutas de granito.
A sombra avança majestosamente
Acariciando o corpo do infinito.

A natureza agita-se nervosa,
Sente da luz urna saudade enorme,
Enquanto a sombra avanga vagarosa.

E dentro dessa mágoa que me altera,
Sinto vibrar em mim o impulso enorme
Da carne a me assaltar corno pantera...



Fonte: "Emoções secretas", Placido & Silva Editores, 1924.
Originalmente publicado em: "Emoções secretas", Placido & Silva Editores, 1924.

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