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Poema de Hilda Hilst



Já não sei mais o amor
e também não sei mais nada. 
Amei os homens do dia 
suaves e decentes esportistas. 
Amei os homens da noite 
poetas melancólicos, tomistas, 
críticos de arte e os nada.

Agora quero um amigo. 
E nesta noite sem fim 
confiar-lhe o meu desejo 
o meu gesto e a lua nova

Os que estão perto de mim
não me veem... Estende a tua mão. 
Ficaremos sós e olhos abertos
para a imensidão do nada.



Fonte: "Da Poesia", Editora Companhia das Letras, 2017.
Originalmente publicado em: "Balada do Festival", editora Jornal de Letras, 1955.


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